quinta-feira, 19 de julho de 2007

Em tempos de greve

Será que a greve é a melhor forma de conseguir algo?A paralisação e a algazarra são os meios mais viáveis de chamar a atenção para o problema que a classe reinvidica?Estamos vivenciando uma greve que parece ser infindável. Os professores da rede estadual pararam e obrigaram aos alunos a fazerem o mesmo. Já são mais de 60 dias.



Não se pode negar que durante muito tempo a greve foi o mecanismo mais propício para escancarar as arbitrariedades da classe empregadora e os maus tratos sofridos pelos trabalhadores. Mostrar à sociedade que há algo errado pisando no calo do principal culpado é realmente muito eficaz, entretanto, será que é justo fazer isso prejudicando terceiros, que nada podem fazer de concreto pra resolver o problema?


É inconcebível que os professores sejam tão humilhados economicamente com a miséria que ganham. E por paixão ou por necessidade, eles buscam aprimorar ainda mais seu conhecimento com cursos e mais cursos que aprimorem seus currículos e lhes propicie maiores gratificações no final do mês. Justo. Agora, é um abuso o que o Estado fez ao retirar essas gratificações, o que acaba igualando um doutor, especialista em uma área com um recém graduado. Notoriamente injusto.


Não quero tomar nenhum partido político aqui. Mas a discussão se volta apenas para saber se a greve é ou não eficaz. Apesar de querer ser imparcial, não tenho como desgarrar-me do fato, posto que faço parte da classe que sofre com o prolongamento dessa paralisação, a dos estudantes. Ciente da fundamental importância das reivindicações feitas pelos mestres digo que já está na hora de haver uma conciliação entre as partes. Ninguém está ganhando nada com isso, pelo contrário, somente os estudantes perdem. Não quero ser egoísta relatando somente o meu ponto de vista, mas sinceramente não vejo futuro nessa balbúrdia que se fornou. Tenho um relacionamento bastante amigável com um dos "cabeças" do movimento e sei que não há definições pra nada. Nem de como anda, nem quando termina.


Talvez o meu jeito introspectivo tende a me direcionar para algo mais pacífico. Um acordo entre as partes poderia ser uma forma de encerrar o caso sem deixar maiores prejuízos a ninguém. Mas o problema é que cada um puxa a corda pro seu lado sem se importar com o outro, que também puxa pro seu e acaba tensionando-a exatamente no meio, só que eu tenho a impressão que é exatamente aí que eu me encontro e meu medo é que a qualquer momento ela arrebente deixando em pedaços um exército de inocentes das mais variadas faixas etárias que terão que se contentar com uma educação muito aquém da que já lhes era oferecida.

A queda da qualidade do ensino é visível, os alunos não podem perder o ano letivo, então a matéria será "passada" e só os alunos saberão como isso ocorrerá. Mas a pior situação de todas é a dos vestibulandos que estão desarmados na reta final da sua luta injusta contra os alunos das escolas particulares no campo de batalha que é o vestibular.

Sem querer perder minha visão romântica do mundo, ainda tenho esperanças que essa situação se resolva o mais rápido possível. Além de fazer um último apelo aos grevistas que em um outro momento analisem outras opções menos danosas aos inocentes que sofrem no meio desse conflito com o Estado.

Até que ponto a greve trará benifícios à classe ainda não descobri.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Aumento no número de veículos...

São Luís passa por um processo de motorização impressionante. A cada ano as concessionárias estão batendo recordes em cima de recordes de vendas. Isso tudo pode advir do aumento de renda da população, das facilidades de pagamento oferecidas, ou até mesmo das políticas bancárias que estão facilitando esse tipo de financiamento, o motivo real não importa. O que salta aos olhos é que a cidade não possui estrutura para comportar esse aumento.
Qualquer motorista na cidade nota que qualquer incidente, por menos que seja, provoca um engarrafamento quilométrico. Além disso, não há mais lugar para se estacionar na cidade, há uma verdadeira luta por espaço nas ruas da cidade. Os flanelinhas comemoram, já os motoristas têm de andar por quadras e quadras para chegar ao lugar em que realmente queria visitar.
Enquanto isso a prefeitura não tem a coragem de ampliar nossas principais avenidas, dentre elas a Jerônimo de Albuquerque que dioturnamente engarrafa. Muito pelo contrário, no lugar de aumentar a infraestrutura, que promoveria uma melhor qualidade de vida à sua população motorizada, ela começa a debater a possibilidade de instalar-se o rodízio de placas, medida que traz transtornos a todas as cidades que já o utilizaram.
Outro ponto que deve ser observado é o estado que os casarões do Centro com o aumento do tráfego em suas vias. Há anos um promotor da cidade luta para que a área proibida para carros seja ampliada, mas apenas quando os casarões começarem a rachar e a cair é que faremos algo, ou será que nem assim?
Urbanistas, juristas, sociológos e economistas de plantão, esse é um assunto que deve ser abordado o mais rápido possível. Não podemos esperar a cidade parar para só então analisarmos esse problema.