domingo, 21 de outubro de 2007

É este o futuro que queremos para nós?

São Luís está mais quente. Pelo menos, a sensação térmica é de maior calor. E não há como saber se é por causa do aquecimento global ou porque os ventos do Atlântico não alcançam mais o interior da ilha. Somado a isso, temos o aumento da área asfaltada, que acaba retendo mais calor.
Encontrei essa foto na internet e a achei assustadora. A mensagem explícita nessa imagem é de que em pouco tempo o planeta terá derretido totalmente.
Felizmente, nosso planeta não pode derreter; infelizmente, sua água congelada pode, o que aumenta o nível dos mares (inundando áreas costeiras - entre elas, São Luís), muda a direção das correntes oceânicas (derivadas da temperatura da água), altera drasticamente alguns ecossistemas (podendo levar a extinções de espécies), entre outros efeitos danosos.
Mas também há uma mensagem implícita. A casca de sorvete é uma invenção humana e, nessa foto, é por causa da casca que a bola de sorvete (a Terra) saiu de seu freezer (seu estado natural). Sim, nós somos responsáveis pelo aquecimento, e quando eu digo nós, refiro-me a cada um e não somente às grandes empresas. Cada uso de eletrodoméstico gera calor para o meio; cada plástico ou metal utilizado gerará energia térmica para o meio, seja através da sua decomposição, seja através dos mecanismos - artesanais ou industriais - de reciclagem.
A Lei da Entropia é impiedosa, e não freia o seu ritmo para que possamos pensar no que fazer. Pelo contrário, ela age na mesma proporção dos nossos atos não-pensados.
Pode parecer estranho falar sobre problemas globais em um blog sobre uma pequena ilha, mas esta ilha faz parte do conjunto. Há muitos bilhões de anos, ela estava unida à África, e antes disso estava no hemisfério norte do planeta. Hoje onde pisam humanos antigamente pisavam dinossauros. E pode ser que, no futuro, pisem outras espécies onde hoje nós pisamos. A questão principal é se precisamos mesmo desaparecer da história como aconteceu aos dinossauros. E se precisamos fazer isso tão cedo...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Feira do Livro

Essa semana terá início a Feira do Livro em São Luís. Além de ser um espaço próprio para os livrólatras e demais aficcionados por literatura, a Feira do Livro trará atrações que por si só já a tornariam interessante.
A promessa de oferta de 50 mil livros, muitos desses com descontos, apresentações e o contato direto com escritores locais e nacionais fará dessa feira um evento memorável para os ludovicenses que poderão ter um contato direto com Moacyr Scliar e Ariano Suassuna por exemplo, que estarão no Salão do Escritor nos dias 22/10 e 27/10, respectivamente.
Com eventos espalhados em diversos pontos, promete atrair o público com palestras, shows, debates e apresentações de cinema.
Vale a pena conferir a programação no site: http://www.feiradolivro.saoluis.ma.gov.br/ e escolher o evento que deverá participar.
Nos vemos lá.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Ser maranhense

maranhense no são joão não tem quadrilha - tem bumba-meu-boi;
maranhense quando se espanta não fala : nooossa! - fala:ééééééguuuaaas!;
maranhense não vai pro reggae - vai pra radiola;
maranhense não fala você - fala tu;
maranhense não usa tiara - usa traca;
maranhense não toma coca-cola- toma Guaraná Jesus;
maranhense não chama atenção - é esparroso;
não existe maranhense gay- existe maranhense qualira!;
maranhense não é moleque -é piqueno;
maranhense não tem filho - tem menino;
maranhense não é convencido- só quer se amostrar;
maranhense não fica com fome - fica brocado;
maranhense não come - ranga;
comida de maranhense não é jantar - é cumê;
maranhense não fica com vergonha - fica encabulado;
maranhense não fica zangado - fica injuriado;
maranhense não vê nada estranho - vê algo cabuloso;
maranhense não espia - maroca;
maranhense não é chato - é ralado;
maranhense não estraga a festa - azia;
maranhense não é mão-de-vaca - é canhenga;
maranhense não sente agonia - e sim arrilia;
marnahense não é o próximo do futebol - é o desafiado;
maranhense não é burro - é abestado;
maranhense não bate- dále;
maranhense não dá um murro - dá um bog;
maranhense não fica intrigado - fica invocado;
maranhense não é rápido - é zilado;
maranhense não vai pra farra - vai pra bagaceira;
maranhense não se apressa - cuida;
maranhense não fala sim - fala uhum;
maranhense não fala não - fala hum hum;
maranhense não fala hã - fala huuum;
maranhense não se fode- se lasca;
maranhense não fica fudido - fica na roça;
maranhense não imita - arremeda;
maranhense não é feio - é uma mucura;
maranhense não é dedo-duro - é inredão;
maranhense não acha uma coisa muito legal - acha fudendo;
maranhense não se manca - se toca;
maranhense não quebra nada - escangalha;
maranhense não é puta- é nigrinha;
maranhense não é ruim - é fulero;
maranhense não toma banho - banha;
maranhense não fica quieto- se acomoda,ou se aquieta;
maranhense não fica satisfeito - fica cheinho.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

O rosto da cidade

São Luís tem vários epítetos, dentre eles o de Atenas brasileira, ilha dos amores e Jamaica brasileira. Os dois primeiros são antigos, o primeiro deve-se por a primeira gramática brasileira ter sido escrita na ilha por Sotero dos Reis, que levou ao país a idéia de que os maranhenses falam o português mais correto do Brasil, já o segundo é devido pela quantidade de autores românticos ludovicenses a citar Gonçalves Dias e Aluízio Azevedo, já o último deve-se à profusão do reggae na ilha na década de 70.
No entanto, cabe saber qual a imagem que a cidade deseja manter, posto que Atenas brasileira e ilha do amor estão mais ligados ao passado, mas urge a necessidade de se reforçar o presente. A definição da imagem da cidade passa muito por uma contribuição do poder público, a saber qual feição escondida na cidade será destacada.
A parte cultural da cidade cresce. O POEMARÁ, renomado festival de poesia da cidade chega à sua 21ª edição, sendo uma janela para mostrar porque ainda somos a ilha do amor, com um esforço maior, seja do poder público, seja de uma parceria com o setor privado, esse trabalho poderia ser publicado e divulgado para escolas na cidade e fora da cidade, fazendo juz ao seu tão adorado epíteto.
A cidade respira cultura, mas é uma cultura individual, os atores e escritores ludovicenses veem-se obrigados ser renomados apenas entre seus amigos e familiares, ainda não há um mercado editorial forte na cidade, ou mesmo de quem oriente esses talentos a procurar as editoras mais fortes, de tal modo que, por enquanto, só os ludovicenses ainda conseguem saber que a ilha do amor pulsa ao ritmo do coração dos apaixonados.
Mas isso tudo será em vão se não for observada a qualidade do ensino oferecida à população. Uma avaliação séria tem de ser feita, de tal modo que os alunos não passem de ano apenas, mas adquiram conhecimento à medida que suas mentes forem evoluindo. Os alunos são brilhantes, isso se percebe com uma rápida conversa, mas os Gonçalves Dias e Arthur Azevedo de nossa geração estão se perdendo em um ensino que não está atento a eles. Será esse o novo epíteto da cidade? A ilha do descaso?
O povo sabe o que o povo quer, e nada melhor para uma cidade que ser conhecida pelo seu povo. Mas cabe a pergunta: quem é o ludovicense?